Fardo.

Acabo de me livrar de um fardo, na verdade não me livrei do fardo inteiro, ainda. Mas já me sinto bem melhor, apesar dos problemas que já consegui detectar antes mesmo de chegar na metade dele. É aquele mega problema adorado por professores, reza a lenda que é muito importante para várias coisas. Não vejo importância, nem ganho, é uma fonte interminável de estresse e de mal uso de tempo.

Na maioria das vezes, quando o assunto é trabalho em grupo assumo duas possíveis posturas> fazer tudo sozinha, minha predileta, ou aceitar as divisões aleatórias de conteúdo e funções, que foi o caso desse em questão. O grupo se mostrou interessado, algum material foi compartilhado, eu sugeri uma divisão de temas, o grupo acatou e sorteou cada um dos responsáveis por cada tema.

No momento da execução meu primeiro pensamento foi: Sob efeito de que droga estragada fui capaz de inventar uma divisão tão inadequada de temas. Depois fui consultar o material que havíamos selecionado e mais um problema. Sem dominar o assunto tratado escolhemos usar teses de doutorado e um material extremamente especializado e de outra área.

Com tanto tempo disponível e tanta improdutividade lá veio minha alergia de estresse. Não posso nem esquentar um pouquinho a cabeça que já começa a aparecer manchas vermelhas no rosto alarmando e deixando minha mãe preocupada. E mãe preocupada com qualquer coisa, principalmente relacionada a saúde, não é nada confortável, diga-se de passagem.

Quando percebi a péssima divisão de temas, já era tarde demais e nem sei se tinha como melhorar. Gostaria que os trabalhos em grupo funcionassem com discussões, todos lendo tudo, gosto desse conceito. Mas na pratica, como todos querem o minimo esforço possível, julgam que pegar uma parte só é o melhor caminho. E o trabalho vira um mosaico de informações desconexas, a menos que quem vai unir tudo tenha muita habilidade e disposição.

Tenho uma dificuldade absurda de lidar com esses fragmentos de trabalho, gosto de entender tudo, começar do zero. Construir o tema progressivamente e escolher o essencial depois de muito ler e pesquisar. A primeira vista, quando li por cima o material para dividir os temas, entendi algumas coisas e tive algumas dificuldades. Quando fui ler realmente para entender, tudo mudou.

Tive que procurar definições, significados de siglas, fazer comparações com coisas que entendia. Ainda optei por um tipo de abordagem abrindo mão de muita coisa que podia me confundir e focando em ser direta. Mas não faço ideia o que os demais membros do grupo fizeram e se passaram pelo mesmo processo de duvidas que eu ou encaram a divisão de temas com mesmo carinho, teremos problemas.

É péssimo perder tempo com algo e não ficar satisfeito com o que saiu. O tempo que podia ter estudado a matéria da prova ou me distraído, fiquei tensa e improdutiva. E fico com aquela impressão de que a proposta de acrescentar e ensinar que o professor deve ter tido quando pensou nos temas, já foi por água a baixo. Chatíssimo isso, adoro quando o trabalho dá certo e discutimos em grupo questões relevantes, a troca de ideias é algo que realmente valorizo.

Por hora uma obrigação a menos, ainda teremos uma apresentação para planejar. Espero que não siga o mesmo ritmo. É uma apresentação curta, para um grupo enorme. Difícil a síntese do mais importante do tema, a divisão de temas para apresentação é outro problema que retornará e, junto a tudo isso, a arquivo para apresentação que se o relatório tiver bom é fácil, caso contrario, dá dor de cabeça.

 

4 comentários em “Fardo.

  1. Trabalho com TI e temos uma metodologia chamada Ágil que prevê interações entre os participantes de um projeto para alcançar produtividade. Resumindo, seria marcar reuniões diárias e curtas, no estilo bate-papo no café, para que cada um fale rapidamente pelo que passou no dia com o projeto é assim trocar idéias… Mas tem que ser conversas rápidas somente para expor o que está fazendo e algo importante que descobriu que se for reuniões longas já causa desperdício de tempo. Se o que algum membro levantou seja pertinente a outro aí sim tratam isoladamente a conversa.

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    1. Realmente, qualquer contato rápido seria suficiente para melhorar o direcionamento do trabalho e facilitar tudo. Mas o comodismo de deixar tudo para última hora não colaborou muito, faltou também mais integração no grupo. Eu mesma só percebi o quão improdutiva e ineficaz estava sendo tarde demais. Obrigada pelo toque, pensarei mais a respeito a tempo nos próximos!

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  2. Quando andava na faculdade, estudei bastante sobre outras metodologias de ensino. Duas que me chamaram muito a atenção foram o Aprendizado Baseado em Projetos e o Aprendizado Baseado em Problemas. Em ambos são formados grupos e o grupo todo estuda tudo e compartilha e discute o que aprendeu/descobriu. O grupo tem sempre o suporte de um tutor, que ajuda nas discussões e orienta os estudos. Há muitos cursos universitários, no mundo todo, que já adotam essas metodologias. Havias de gostar 🙂

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    1. É muito bom quando temos uma equipe disposta para fomentar discussão e agregar conteúdos. Tive poucas colegas e amigos que até durante o estudo conseguíamos discutir sobre o assunto até chegarmos a uma conclusão. Sinto que aprendi bem mais nessa época.

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